quarta-feira, 6 de outubro de 2010

MEL DO DRAMA

PRIMEIRAS GOTAS

Determinei o olhar, o virtuosismo do sol não soube rasgar as nuvens assim como teu ácido estomacal odoriza o absorver-me.
A fossa, pútrida, alojou-se no plexo solar, ascendeu da base, do básico.
Kundalini retorcida, exasperada pelo microorganismo que suplantei.
Vontade atendida, autodestruição catártica.
Consuma teu fôlego, falência cardíaca, estocada cênica, por favor goze, por favor, gozo!

FORMAÇÃO CHUVOSA

            FACA
            TÁBUA
            ALMEIRÃO
           
            Enrole cerca de 07 folhas da verdura acima citada, com uma pressão adequada para dissolver o vácuo, posicione-as sobre a tábua, lúdico domínio, sistematizar eliminação.
            Com o auxílio das unhas meça o deslizar da lâmina previamente afiada da faca, também acima citada, olhe para a câmera, sorria, “If you see me walking down the street/ And I start to cry each time we meet/ Walk on by, walk on by”, ele prepara o molho, a máquina centrifuga as meias, o sorriso nunca desaparece, ACREDITAR.
            “Molho ao modo Ricardo”, quem é Ricardo?
            O intestino, peristáltico, molho, meias brancas, jogo americano, pêssego: você subestima-me igual a minha mãe.
            Cortei o dedo, cores complementares, quem é Ricardo? Vou continuar tingindo o almeirão até você responder: QUEM É RICARDO?
            Enquanto isto, ele estende as meias no varal, sem sol!
“Make believe/ that you don't see the tears. Just let me grieve in private 'cause each time/ I see you/ I break down and cry/ and walk on by.”

FLUIDEZ AQUOSA

            Mensageiro dos ventos com ursos de acrílico, eles entoam e seus dedos aderem-se as minhas entranhas. Narro a evolução do circuito elétrico... biologia, escatologia, você assim deseja.
Fonemas divergentes do id, la película comienza:
            Eu absorto em ira, destroço com machado guarda-roupas de mogno;
            Eu vestido de lama, amaldiçoado por pastores televisivos;
            Eu chorando nu, arrancando pedaços de minha carne;
            Eu coma consciente; degustado por sêmen alheio.

            "¡NO HAY BANDA!”

            “Se não tivesse gostado de você, já o teria mandado embora”, entoou o urso de acrílico.