...Teu escarro em minha boca, fecunda
Pichou 24 fotogramas por segundo da farinha do desejo
Grave, não apenas a voz (Eco de Orixá)
Grave, era o que esta causava em minhas entranhas
Nó nas tripas, nó nas línguas
Contigo, o verbo: Antropofagiar
Teu corpo, Manifesto Pau Brasil, fiquemos grávidos de Macunaíma
Teu sêmen em meu olho, fecunda
Carla Pernambuco cozeu Vi©tor França
Sabor de terra, menino terra
Nanã serviu com pimenta, cominho, noz moscada
E eu comi...
Mas a fome, não houve fim, eterno retorno?
Teu ser em mim digerido, fecunda
[Vênus de Willendorf agora Sou]
Arranco meus olhos, não Édipo e sim Moiras
Coloco os teus...
Samadhi
Raiz Forte
Mandioca Brava
Marijuana
“Ele quer me destruir...”
Samba, suor
Bunda de mulata, muque de peão
Voa melhor que as aves temidas
Voa (in) verso
Voa para antes do princípio
Voa para a véspera, para colocar-me embaixo de seu abraço, para a destruição do orgasmo
para dentro, para onde eu possa escutar você dizer:
- Me fode!
He's exploring
The taste of her
Arousal
So accurate
He sets off
The beauty in her
He's Venus
Venus as a boy
(fritando ovos caipiras)
E AI, SERÁ QUE CHOVE?
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
MANIFESTO INSTÁVEL DO DESEJO
28 anos
Aos porcos a gripe.
O ranho, o traço, o tróço, o trôço.
Assim Existo!
Pelo buraco de uma agulha, pelo buraco
da mãe, Glory Hole.
Nossa Senhora dos Desejos
Nossa Senhoras dos Orifícios
Nossa Senhora daquilo que não é
preenchido.
Dilatou o abdômen com fermento em pó
ou bicarbonato de sódio ou cianureto de potássio?
“Burning inside my brain”, não só!
“Burning inside my brain”, não só!
Pênfigo, jogaram Kall, cimento, areia.
Meu coração tem catedrais imensas, de
Gaudí, Dalí, Ghandi. Mas não as de Augusto. Compartilhamos o
quebrar da imagem dos nossos sonhos, a putrefação, o verme.
Helmiben.
Balança. Privada do Desejo. Com a boca dos chakras, adepto do Scat.
Fundo o “Merdismo”, lábios costurados. Apenas os dedos.
“Show me your teeth”, Corinthian!
Balança. Privada do Desejo. Com a boca dos chakras, adepto do Scat.
Fundo o “Merdismo”, lábios costurados. Apenas os dedos.
“Show me your teeth”, Corinthian!
Quem dera fosse hálito da morte, não,
não!
É sub vida
sub
sub
subi em minha cabeça. Ínfima!
Semente de mostarda, morango mofado,
floresce na rocha, espinho, carne, em dura carne.
Antropofagia.
Fora da pupa O homem de Teta, A mulher
de Barba, nomeou-se: Marijuana. Maria e João, não irmãos.
Hermafroditas.
Procure em mim o vazio que amplia,
amplia, amplia.
Fist
First
Fierce Fucking
Pare! Antes que o (a) Desejo se
transforme em Delirium e escreva sobre gotas de sangue pingando em
almeirão picado!
Baseado em Fatos Reais do Desejo de Ser
do Desejo de Ter
do Ser Rejeito do Túmulo do Útero
[…]
feto
malsão, criado com os sucos
De um leite mau, carnívoro asqueroso [...]
De um leite mau, carnívoro asqueroso [...]
“I'll forget you I will
And yet you are still
Burning inside my brain
Romance is mush
Stifling those who strive
I'll live a lush
Life in some small dive
And there I'll be
While I rot with the rest
Of those whose lives are lonely too”
Lush Life. STRAYHORN, Billy
terça-feira, 17 de setembro de 2013
MANIFESTO DO SEXO ANAL (incompleto)
Não
temais o que tens!
A
igualdade na física humanoide.Pau e buceta são excludentes, CU nos
iguala. Orifício que nos liberta da pútrida fossa.
Mantenedor
de virgindades claustrofóbicas, desvinculação de princípios
matrimoniais.
A
dor em gênese, personifica a jornada do herói, catarse
purificadora.
Provamos
o amor ao cu, quando gregos criaram o beijo homônimo, os lábios
encontram-se, não mais Lúcifer caído, e sim liberdade restaurada.
O
coito entre dois homens privados da sacralidade uterina; resta-lhes a
escatologia. Inundado pelo sêmen que rompe a cadeia darwiniana.
Louvado
seja o falo que se encoraja a explorar a inversa caverna platônica,
7 metros de intestino, 7 grandes religiões, 7 cores do arco-íris. A
sabedoria fétida, Artaud, Rimbaud, Augusto dos Anjos.
Seja
na postura de Lilith, no ficar de quatro, dar o cu é sinônimo de
simbiose.
Abrir
a carne das bundas e o olho desta intramosfera.
Terminações
nervosas que percorrem a espinha dorsal e, no cérebro, promovem a
revolução do proletariado, tão sonhada por Marx.
Assim,
instaura-se na sodomia a dialética encarnada.
quinta-feira, 21 de março de 2013
CENA por Rodrigo Santiago e Kall Andrade
ATOR 1 (posicionado no centro do palco, iluminado apenas pelos raios, segura um
bastão de madeira em uma das mãos) - Eu não estou seguro aqui,
acontecem coisas estranhas. Pessoas são como planetas, temos tem que ter uma
pele grossa, acho que irá acontecer alguma coisa, é 2013 início da segunda década
do terceiro milênio. (Texto
enumerativo) Talvez
Cristo retorne, os problemas venham juntamente com o fim, o céu entrará em
colapso com uma luz terrível e venenosa. Quem sabe eu tenha uma vida boa, meu
companheiro me ame e seja maluquice minha pensar o contrário ou não. Poderá ser
bem pior do que eu imagino, queira eu saber, talvez. O suspense está me
matando!
(As luzes se acendem,
som alegre e festivo, ATOR 2 está pendurado sobre barra de ponta cabeça. ATOR 1
venda os próprios olhos, gira em torno de si 10 vezes, brincam de “quebra
panela”).
ATOR 2
(enquanto desvia dos golpes do ATOR 1) - estabeleço sequência catatônica
em ser indivíduo de direitos, prisioneiro, cadáver. Dia de São Nunca, minutos
relativamente sem tempo. Quilos, gramas reservistas nos decibéis, no gozo de
litros, cerca de 20 centímetros. RG, CPF, CEP, SMS, GPS, P, EXTRA G, IP, perfil
anônimo, o que você curte? Carteiras, cartões, certificados, renda, dividendos,
tributos, taxas, Pis and Cofins num superávit do Alprazolan, Diazepan,
Clonazepan, fracionados no consome, descarta, recicla capítulos no déficit de
a. C e d. C, AZT.
(ATOR 2 ao ser acertado
por ATOR 1 joga confetes e doces, como uma explosão).
terça-feira, 20 de novembro de 2012
CATADIÓPTRICO O ADJETIVO DE SER HUMANO
Há fronteiras ou paradigmas que como uma circunferência,
delimitam a arte contemporânea?
O espetáculo CATADIÓPTRICO (adj.1. Relativo ou
pertencente tanto à reflexão quanto à refração da luz. Propriedade da arandela
reflexiva – olho de gato), propõe o questionar do limite na arte, caso este
ocorra, nos corpos dos quatro atores presentes em cena, estas argumentações
geradas no processo psicomotor com o auxílio da técnica rasaboxes “o ator como
atleta das emoções”, ou seja, treinar o ator/bailarino/performance na
conjectura corpo/mente/emoções numa composição visceral para acessar, exprimir
e gerir essa tríade holística, concebida na década de 1980 e 1990 por Richard Schechner,
conforme definição pesquisada e estudada por Juliana Calligaris (in “Projeto
Rasaboxes – O Ator como atleta das emoções”, por Juliana
Calligaris, São Paulo – SP, 2012).
Antonio Ginco, Juliana Calligaris, Lucas Barbosa e Monalisa
Vasconcelos, estes com sua humanidade refletem argumentações nas perspectivas
do quem somos, a relação com o tempo e sua formatação de posturas sociais, o
ofício da arte com significados particulares (com a utilização de histórias
pessoais) para a associação global, catártico para o espect-ator, conceito de
espectador não passivo, mas sim agente de sua história, desenvolvido por
Augusto Boal (in “Teatro do Oprimido e Outras Poéticas Políticas”, Ed.
Civilização Brasileira, São Paulo-SP, 2005).
Uma composição poética que contrapõem a concepção de Peter
Brook e seu Teatro Morto, o teatro enfadonho em que o fator comercial, a
necessidade do dinheiro sobrepõem o caráter artístico, o “Teatro Sagrado, o
Invisível-Tornado-Visível: O conceito de que um palco é um lugar onde o
invisível pode aparecer tem um grande poder sobre os nossos pensamentos”, ou
seja, as emoções ganham corpo. (in “O Teatro e Seu Espaço”, Peter Brook,Ed.
Vozes Limitadas, São Paulo-SP, 1970).
Com roteiro inicial de Monalisa numa ação híbrida e
colaborativa de todo o elenco, em que cenas não lineares constroem um panorama
contemporâneo graças à digestão antropofágica, ironias políticas-sociais, a
superficialidade intelectual causada pelos meios midiáticos, e a transformação
que a arte pode ocasionar perante estas conjunturas creditadas hoje
(erroneamente?) como sine qua non.
A direção de Leticia Olivares, graduada em Dança e
Consciência Corporal pela FMUSP, proporciona uma requintada limpeza estética
numa construção minimalista em que todas as ações possuem significados, nada
além do necessário, em que equilibra as potencialidades de cada ator e consegue
assim torná-los ao mesmo tempo individuas, autorais e corporificados, “a
verdadeira arte secreta do ator” como ensina Eugenio Barba.
As interpretações estilisticamente antagônicas e
suplementares abastecem as dificuldades por falta de experiência viva em palco
dos atores Lucas Barbosa e Monalisa Vasconcelos, outro bônus para a direção.
Uma dificuldade ainda não sanada é quanto a luz, esta talvez
por falta de recursos específicos provoca um choque de realidade, a imersão é
quebrada quando a geral vaza pelo espaço além palco.
Os figurinos e cenário desenvolvidos por Paulo de Moraes é um
destaque no todo, valoriza a personalidade de cada integrante em que cores são
presentes apenas na camiseta, num projeto op art em que as riscas de branco e
preto presentes nas saias e calças são estendidas pelo chão e paredes, na
tendência fashionista da construvisão: volumes retorcidos, geometrização,
sobreposição e recortes gráficos.
Ao final quando os atores recolhem em pequenos recipientes
seu suor e entregam-no à plateia, o ato metafórico da oferenda, doação, os
corpos humanos refletindo humanidade, a pergunta inicial se a arte possui
limites será respondida na “internalidade” de cada espectador, a pulsação única,
a gênese em que retornamos ao processo tribal, ritualístico e devidamente
humano.
FICHA TÉCNICA
Roteiro original: Monalisa Vasconcelos
Dramaturgia coletiva
Organização dramatúrgica e Direção: Leticia
Olivares
Elenco: Antonio Ginco, Juliana Calligaris,
Lucas Barbosa, Monalisa Vasconcelos
Preparação corporal: Leticia Olivares
Preparação vocal: Juliana Calligaris
Cenário e figurinos: Paulo de Moraes
Iluminação: Fabio Reginato e Lucas Barbosa
Trilha sonora: Leticia Olivares
Operação de luz: Leticia Olivares
Operação de som: Clarissa Olivares
Rodrigues e Pedro Darween
Fotos: Fábio Reginato e Jeferson Kim
Produção gráfica: Lívia Maia e Maura Hayas
Produção geral: Trilhas da Arte Pesquisas Cênicas
Local: Estação Caneca/Espaço Trilhas da Arte
Rua Frei Caneca, 384 – Bela Vista
Última apresentação do ano: 23/11 ás 16h
Ingresso: Gratuito
Pela Mostra dos 10 anos de Fomento ao Teatro
terça-feira, 18 de outubro de 2011
SENTIDOS
“Percorremos um círculo completo, do túmulo do útero ao útero do túmulo: uma ambígua e enigmática incursão num mundo de matéria sólida prestes a se diluir para nós, tal como ocorre com a substância do sonho.” Joseph Campbell
É plausível de júbilos quando tenho dores estomacais e insônia durante a gestação de um texto e na tentativa de concretizá-lo, acabo por ESCREVER... sobre a tentativa frustrada de... ESCREVER. Um diálogo sobre nossas incapacidades pode ser cruel ou uma forma de alimentar o ego.
Depois desta punheta... foi bom pra você? Acendo o cigarro, ouço Greatest Hits da Whitney Houston, hoje, domingo, permito-me ser cafona, uma característica cultural, nos outros dias sou professor de história inativo, pseudo secretário de escola e um fake estudante de teatro, viciado em Dramin® e tendo como certeza Freudiana a paixão por ursos.
Esta é a arte que nos move, transformam-nos em heróis da odisséia pessoal e constroem significações para o sentido da vida.
Depois deste parágrafo digno de uma cadeira entre os Imortais da Academia ou proveniente de algum Best Seller de autoajuda, ofereço-lhe dois caminhos possíveis: furar os globos oculares (Édipo?!) ou descobrir o sentido para a SUA vida... as duas opções podem levá-lo a uma “cegueira” libertadora....
O desejo pelos ursinos que provoca estímulos orgânicos para que eu escreva, objetivam existência ou sociabilização?! Sangue, suor e sêmen, assistindo “Julie & Julia” à “Requiem for a Dream”, passando por “O Bebê Santo de Macon” e “Sex and the City”, lendo de Joseph Campbell, Caio Fernando Abreu, Almodovar e Martha Medeiros, para assim edificar paralelos e concepções de um chaser no microcosmo bear.
Um chaser a procura de quantos e quais sentidos ele privou...
Então... posso entrar?
“O herói, por conseguinte, é o homem ou mulher que consegue vencer suas limitações, históricas, pessoais e locais e alcançar formas normalmente válidas, humanas.” Joseph Campbell
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
UM
“You'll be given love/ You'll be taken care of/ You'll be given love/You have to trust it
Maybe not from the sources/ You have poured yours/ Maybe not from the directions/ You are staring at… All is full of love”
Poderia doar a ti minha constituição, não há nada que não seja teu... universalidade, mundo das idéias ou propósito espiritual...
Desejo que esteja... que habite e que sejamos circundados pela efemeridade anárquica e orgânica. Mas que nos concretize... Consolidar o verbo em verbo. Deixemos de ser carne. Seja em um dia, estou contigo, permita-me sentir e ser... seja por um dia...
“Drink me, make me feel real/ Wet your beak in the stream/ Game we're playing is life/ Love is a two way dream”
Maybe not from the sources/ You have poured yours/ Maybe not from the directions/ You are staring at… All is full of love”
Poderia doar a ti minha constituição, não há nada que não seja teu... universalidade, mundo das idéias ou propósito espiritual...
Desejo que esteja... que habite e que sejamos circundados pela efemeridade anárquica e orgânica. Mas que nos concretize... Consolidar o verbo em verbo. Deixemos de ser carne. Seja em um dia, estou contigo, permita-me sentir e ser... seja por um dia...
“Drink me, make me feel real/ Wet your beak in the stream/ Game we're playing is life/ Love is a two way dream”
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