quinta-feira, 26 de agosto de 2010

UMA CRÔNICA LIGEIRAMENTE BIOGRÁFICA, MAIS AINDA LIGEIRAMENTE GAY!

Sexo é patético?

Resolvi escrever já que não o faço no período de dois meses.

Surgiu uma dúvida Hamletiana: melhor fazer ou escrever? Eu gosto das idéias em simbiose, principalmente no MSN, quando escrevo cenas ardentes, dignas do Marques de Sade e nem posso assumir que a revista “Nova” é a minha fonte primeva de inspiração.

Completo 30 dias na realização de uma cirurgia íntima, precisamente: postectomia. O enfermeiro que segurou minhas mãos na hora da cauterização (choques... tinha quase a certeza de que os inventores foram os nazistas... mas para meu espanto, o médico corrigiu-me: - judeus... emudeci) disse que fora uma plástica. Bastou! Meu ego foi restabelecido como a Fênix. Já me imaginei no Dr. Hollywood e toda a elite médica e masoquista vislumbrando os “lindos” e “esteticamente perfeitos” pontos que circundavam meu novo e descoberto...

Importante ainda ressaltar que nunca havia observado-o tanto, dando-lhe júbilos e resplendor por fazer parte de meu corpo. Mesmo roxo, inchado, inflamado, infeccionado, dolorido e sensível, meu urologista fez a ressalva de cunho patriótico e estrategista de que ele, meu falo, era adverso as estatísticas, para ser mais claro... um caso raro devido a ausência de inclinação... mas nem tudo são flores ou geometria.

O melhor é a consulta, a primeira consulta. Seu falo antes mostrado apenas para quem proporcionará prazer, agora será analisado cientificamente. Primeiro medo: a estética do médico, poderá ocasionar efeitos colaterais... controlo-me, ele analisa, e entre perguntas de minha “vasta experiência sexual em vida”, ouço:

-Você já mediu seu pênis?

Tamanho importa?!?!

Mas não há pessoa mais interessada nele do que o urologista, pois com certeza as pessoas com as quais copulei não conversavam comigo enquanto olhava em meus olhos dispondo uma atenção/relação igualitária. Isto para mim foi quase uma prova de amor perpétuo.

Organizado os fatos:

a) O pós-cirúrgico: ficar 30 dias sem ereção,

b) Remédio: deus sabe o que faz, porém, no mundo de Morfeu, os prazeres mais selvagens e inebriantes são vivificados. Então 8 dias após...fui Narciso e o “auto-erotismo’ corrompeu-me...prazer, dor e culpa, mas podia dormir em paz!

c) 30 dias... olho-o, ainda resta um ponto... reflito... penso no urologista... terei de esperar 18 anos para aos 40... então será outra história!




Kall Andrade – 10/03/09

2 comentários:

  1. Babe;
    A pior cirurgia que pode existir é a espritual... não aquela de curandeiros espirituais que sanam enfermidades por um toque, mas aquelas que precisamos extirpar pensamentos/sentmentos que não podem mais viver nesse lar-coração. Enfim, uma plástica dolorosa, penosa, quase impossível. Os dragões mais perigosos e temidos estão dentro do deserto ser.
    Always yours
    Mel

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